quinta-feira, 29 de maio de 2008

drão


Drão!
O amor da gente
É como um grão
Uma semente de ilusão
Tem que morrer prá germinar
Plantar nalgum lugar
Ressuscitar no chão
Nossa semeadura
Quem poderá fazer
Aquele amor morrer
Nossa caminhadura
Dura caminhada
Pela noite escura...

Drão! Drão! Êh!

Drão!
Não pense na separação
Não despedace o coração
O verdadeiro amor é vão
Estende-se infinito
Imenso monolito
Nossa arquitetura
Quem poderá fazer
Aquele amor morrer
Nossa caminhadura
Cama de tatame
Pela vida afora
Êh! Êh!
Oh Drão! Drão!
Oh! Oh! Drão! Drão!

Drão!
Os meninos são todos sãos
Os pecados são todos meus
Deus sabe, Deus sabe
A minha confissão
Não há, não há
O que perdoar
Por isso mesmo é que
Há de haver, há de haver
Mais compaixão
Quem poderá fazer
Aquele amor morrer
Se o amor é como um grão
Morre, nasce trigo
Vive, morre pão
Drão! Drão!
Drão! Drão!
Drão! Drão!
Drão! Drão!


Gilberto Gil

2 comentários:

Anônimo disse...

o amor é poesia, é pura nostalgia.

meus olhos nos teus.

mari heinisch disse...

saudades dos teus escritos..