quarta-feira, 26 de setembro de 2007

perna + longo



A solo rasga-se, a chama apaga-se,
A liquidez evapora-se,
o vento não movimenta-se,
nem a natural é inexorável...

sinto-me feliz por que não sou!
Apenas quero estar em mim, com todas
questões que me dizem que sou e não.

Droga!

Um ser hematófago transpõe a
minha epiderme, e descontínua
a minha criação;
e eu o sentencio a morte,
e o comprimo com um pancada veloz e certeira!

Que hemácias rubras!
Que ser sem sorte!

Acho que sua vida,
que era a única que ele
possuía, esta contida.

Matei...

sou;
estou;
ou estive,
assassino!

?

J.Fábio 23/07/03

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Sem Você



pra onde eu vou agora livre mas sem você?
pra onde ir o que fazer como eu vou viver?
eu gosto de ficar só
mas gosto mais de você
eu gosto da luz do sol
mas chove sempre agora
sem você
sem você
sem você
sem você

às vezes acredito em mim mas às vezes não
às vezes tiro o meu destino da minha mão
talvez eu corte o cabelo
talvez eu fique feliz
talvez eu perca a cabeça
talvez esqueça e cresça
sem você
sem você
sem você
sem você

talvez precise de colchão, talvez baste o chão
talvez no vigésimo andar, talvez no porão
talvez eu mate o que fui
talvez imite o que sou
talvez eu tema o que vem
talvez te ame ainda
sem você
sem você
sem você
sem você

Letra e musica
Arnaldo Antunes

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Pequena lenda de batalhas bobalhudas entre uma giganta de fogo e terra e um pequenino titã de água e fogo...

dois seres; um feito de fogo e terra, ou outro de água e fogo...
Seres imensos e de grandes poderes fantásticos nessa existência, depois de um perceber o outro, eles se encontram numa noite daquelas a qual pouca coisa ou nada é tão importante quanto tudo que sentiram com aquela troca de olhares fulminante!





Na noite seguinte, sem muito ambos saberem, encontram-se e descobertos pra vida estavam, assim sendo, a batalha começa... Peleja essa que iniciou limpa, sem arrodeios, medos ou golpes baixos, ambos nem usaram armaduras ou armas artificiais, os dois foram apenas tudo que podiam estar em momentos únicos do fulgido tempo-espaço vivido.


Dias e dias seguiram-se assim, gigante e titã a trocarem maravilhosos golpes de lábios, e agressões carinhosas sonoras do tipo, jujubu-te e minha benga!
Verdadeiras batalhas colossais foram travadas, onde a simplicidade fez-se regra...
Espaços sem tempo foram esses... dias que eles não queriam mais q acabassem passaram.

Vendo-se giganta sem nenhuma vestimenta ela teve medo... e entre grandes árvores de galhos tortuosos, na presença do céu lilás-limão e do arco-íris das lembranças , ela pede que ele não a machuque, ele jura não disparar golpe algum contra ela...(como se já tivesse visto tal historia, o pequeno titã pensou: ela que vai atacar-me assim de uma hora pra outra)e mesmo assim seguiu o titãzinho nu e sem medo, com se quisesse receber algo que o destruisse completamente numa ação da sua grandeza.

Tempo passou e como o pequeno titã sentiu saber, em um momento critico onde ambos viram-se pela primeira vez de outra forma, ela adornada de capacete, couraça e lâminas ígneas executou um extremo golpe no pequeno titã que se encontrava sem sabre, nem placas; pensou ele que teria mais tempo antes de tal pancada o rasgar...
Golpe intenso o pequeno recebeu quase que desprevenido, não por sorte ele não foi ao chão destroçado, mas somente por que ele contava com um encantamento único que até então ele pensava ser indestrutível, o pequeno titã, agora menor ainda retirou-se da presença da giganta de fogo luzente, procurou curar-se e ficar sem tamanho como só ele sabia aprender estar.





O pequeno titã jogou fora tua armadura e ao fazer-se menor tornou-se grande...
E assim em um instante extremamente enorme, em pouco tempo ele sentiu-se mais forte do que qualquer coisa nessa existência, desta maneira, quis executar uma ultima técnica feita somente de verdades e simplicidade, ele julgava infalível tal técnica, e contra a giganta de fogo e terra, assim ele a fez... e deixou o tempo correr atrás dele, pois era assim que sua técnica funcionava... e antes do fim da sua estação das chuvas, ele pode ver e sentir que sua técnica continuava infalível, a armadura de terra da giganta havia sumido, como suas lâminas de fogo também, e em um dia enamorados como nunca ele a deu uma flor feita por ele, e pode senti-la desorganizada, destroçada, quase acabada, por ela mesma, eles tocaram-se em um grande abraço novamente e as águas rolaram...

Em certo dia em meio a algumas atividades, encontram-se e sentem desejo como nunca o sentiram... em um instante ele a joga no canto do corredor e dispara seu membro aquoso a pele fulminante dela e em movimentos loucos ...
e fazem-se guerreiros vencidos, sem lutas...

A chuva caiu muitas vezes, e a árvore de galhos tortuosos e poucas folhas que tinha escrito em seu dorso a historia destes seres como de outros, aconselhou-os pra se protegerem-se deles próprios... pois tudo tinha virado um jogo perigoso, a qual ambos não tinha medo de brincar com as usas forças e habilidades incontroláveis... outros combates acontecera!





Agora o pequeno titã que era composto de água e fogo tinha sua couraça posta, como suas adagas e machado de fogo verde no lugar,





só que como ele sabia, não dispararia a primeira técnica contra a giganta de fogo e terra, que também esteve pronta por muito tempo...
protegidos estiveram a encontrar-se por todo o tempo de chuva... só que ambos tinham uma atração imensa por algo desconhecido e prazeroso, e viravolteava um percebia o outro desprotegido e lançavam pequenos golpes em suas essências desprotegidas...(em momentos perigosos de prazer e dor estiveram a existir).
Só que em um momento o pequeno titã sentiu a giganta desprotegida, e muito temerosa do que ele poderia fazer a ela... assim ela correu e escondeu-se em um lugar fora dos planos onde foi buscar suas mais nova clava e blindagem.





De armaduras vestiram-se e de palavras duras atacaram-se por um novo tempo!
Lutas estrondosas e golpes horrendos foram disparados...
Machucados e ferimentos tornaram-se regra nos seus encontros em diante...

Mas até hoje o pequeno titã de água e fogo pergunta-se o porque de seus pés não tocarem o chão quando vê, lembra ou sente algo da giganta de fogo e terra...
e parado a conversar com as árvores ele permanece sem sentimento de culpa.
E quanto a ela, ele pensa que não sei; mas ainda sente tudo!





E só...

J.Fábio 17/09/07 11:25 a.m

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Preciso Me Encontrar


Deixe-me ir, preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir pra não chorar
Quero assistir ao sol nascer
Ver as águas dos rios correr
Ouvir os pássaros cantar
Eu quero nascer, quero viver
Deixe-me ir preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir pra não chorar
Se alguém por mim perguntar
Diga que eu só vou voltar
Quando eu me encontrar...



(Marisa Monte)

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

“Fairy Moon”


Is that the Fairy Moon, up there, high in the sky? / If I go down to my garden's end, / are there fairies on which I can spy? / will a fairy really die, / If I say I don't believe? / or is that just another tale, / invented just to deceive? / In the tiny mystical beings, / I really do want to believe, / But I wonder if they really exist, / or are they just another myth?

domingo, 9 de setembro de 2007

Ocaso




Um ser
Cavalcante
de barro,
fez-me
criar,
sonhar,
ter,
dias
onde tudo...
foi
desfunâmbulo.


J.Fábio 20/02/2007

sábado, 8 de setembro de 2007

jujubas




(Come jujubas, pequena; Come jujubas! Olha que não há mais metafísica no mundo senão jujubas. Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria. Come, pequena moça, come! Pudesse eu comer jujubas com a mesma verdade com que comes! Mas eu penso e, ao separar elas por cores, que são apenas convenções, eu vejo que nada sei da vida como também de jujubas...)




Escrito adaptado de tabacaria de A. de campos,
por J.Fábio.
imagem: Tawany Paixão

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Dez sonetóides mancos




IV

Também já estive aí, no não lugar
onde você agora não se encontra.
Também não me encontrei.

Aliás, foi justamente contra
a tal necessidade de seguir alguma
rota que jurei lutar. Lutei, perdi,

e pronto: agora estou aqui,
a alguns centímetros do meu próprio umbigo

Se tudo correr bem, também a tua derrota
vai ser de bom tamanho. Pode contar comigo.

Paulo Henriques Britto

domingo, 2 de setembro de 2007

"Ficar"



Rodo eu, / gira o mundo, / Roda o carrossel, / e a roda gigante também, /
E fico sem eu, / Fico com elas, /
Fico, fico, fico... / E sempre fico
sem ninguém!


J.Fábio 04/07/2006