quarta-feira, 15 de abril de 2009

LLa Lorona















Um dia saberei do aço no meio de sua caixa torácica!
E da dor, que talvez outrora fora distante, veio tornar-se sua amiga próxima, cortou-a com lamina cirurgica, latejou, alojou-se entre os seios...
Meios...
O desamparo leva a uma vida sem fim,
aqui...

E é nessa lama acida potente que vivo,
é disso que crio sol, dor e cores sem fim.
Um legado que não deixo, pois a vida, essa apenas se expôs a mim,
como uma mulher feia e maquiada, que tenta contornar seus defeitos, e a todo o momento eu os vejo, os aprecio, os devoro, imploro-os para mim cada um... me apavoro!
E esta vira-me as costas, o desamparo é preciso e as clinicas, necessárias...

Em meio a lucidez chapada de goles e tragadas... não me exibo, improdutivo??
Não! Empurrado, arrastado, submerso em um vácuo deparo-me com a constatação exaustiva da falta do sentido de existir...

Mas tenho prazer, dou prazer... assim... mordendo, sangrando... brincando... no descompromisso, contestando o obcecado imediatismo produtivo que modela os dias.

Desalento?
Deus lamento.
Sem preço, sem culpa.

Caminhar pra que?

Se tenho minha noite branca pra pedalar.
Atravesso os vazios...
atravesso, eu sozinho...

Ah, travesso!
Um menino verde, bobinho.

J. Fábio 15/04/09